Prayer in the Life and Ministry of the Pastor/pt

From Gospel Translations

Revision as of 17:07, 21 February 2008 by Mahra (Talk | contribs)
Jump to:navigation, search
 

Notice: This template is no longer in use. Please use {{Info}} instead.

 

Mark Dever
A oração é um assunto que muitos de nós endossamos, mas, na
realidade, pensamos muito pouco sobre este assunto. Não estou falando a respeito da oração em geral, e sim da oração na vida e no ministério do pastor.

Na única epístola que temos em mãos escrita por Judas, irmão de
Jesus, achamos uma advertência fervorosa contra os falsos ensinadores,
que estavam invadindo e iludindo a igreja. Judas escreveu de modo sarcástico
a respeito deles. Após descrevê-los e rejeitá-los, ele contrasta,
no versículo 20, o verdadeiro cristão e os verdadeiros líderes da igreja
com os homens não-espirituais.


“Vós, porém, amados, edificando-
vos na vossa fé santíssima, orando
no Espírito Santo.”

A grande preocupação de Judas, expressa nesta carta, era que a igreja
(ou as igrejas) fosse protegida da falsa doutrina e edificada na verdade. No
final da epístola, no versículo 20, lemos: “Orando no Espírito Santo”.
No Novo Testamento, há várias passagens em que os crentes são
exortados a orar desta maneira. (Ver Efésios 6.18; Tiago 5.16 e Romanos
8.26-27.) Por que isso? Deve haver uma razão para que esse tipo de oração
seja tão freqüentemente mencionado nas páginas do Novo Testamento.
Isso deve nos sugerir algo sobre a importância da oração.

Esta oração no Espírito Santo não é um tipo especial de oração em
línguas, ou êxtase particular, que alguns crentes fazem ou não fazem.
Pelo contrário, é o tipo especial de oração que os verdadeiros crentes
fazem e que os falsos ensinadores não fazem. Isto significa orar de acordo
com a vontade do Espírito Santo e à luz do seu poder. É orar em harmonia
com o desejo expresso de Deus e com a verdade do evangelho.
Esta maneira de orar contrasta-se com os falsos ensinadores, que, de
acordo com o versículo 19, não têm o Espírito.

A batalha contra o ensino falso, contra as divisões e contra os pecados
que aqueles crentes enfrentaram não podia ser vencida na força deles
mesmos. Não podiam simplesmente edificar a igreja com base em argumentos.
Deus mesmo tinha de estar envolvido na edificação da igreja;
portanto, aqueles crentes precisavam invocar a ajuda e orientação de Deus,
sua presença e poder com eles. O cristianismo não é uma invenção da
mente; não é convencer a si mesmo por meio de argumentos ou de emoções.
Pelo contrário, o cristianismo é uma questão de viver genuína e realmente
em Deus. Nós, os crentes, não olhamos para o mundo usando
óculos cor de rosa, ignorando a realidade, imaginando que existe um ser
supremo. Não! Vivemos da maneira como vivemos porque estamos em
comunhão com Deus, porque O conhecemos e vivemos com Ele.

A oração nos focaliza em nossa dependência de Deus. Certa vez, o
cachorrinho de Martinho Lutero veio à mesa e esperava ansiosamente
receber uma porção de comida da parte de seu dono. Ao ver seu
cãozinho implorando, com a boca aberta e os olhos imóveis, Lutero
disse: “Oh! Se eu pudesse orar da mesma maneira como este cachorro
espera pela comida! Todos os seus pensamentos estão concentrados no
pedaço de carne. Ele não tem qualquer outro pensamento, desejo ou
esperança” (Luther’s Tabletalk, 18 de maio de 1532).

A ORAÇÃO PARTICULAR

Nossa vida de oração é importante tanto em seu aspecto particular
como no aspecto público. No aspecto particular, temos de vivenciar nossa
confiança em Deus, e muito disso procede da realidade da oração. Em
tempos bons, nos humilhamos em oração, louvamos e agradecemos a
Deus por tudo que está indo bem. Lembramos a nós mesmos que somos
apenas servos indignos. Em tempos difíceis, encorajamos a nós
mesmos por meio da oração, recordando que, em última análise, nos
tempos difíceis a obra é de Deus. Descobrimos que Deus nos ensina
por meio da oração. Em uma situação difícil, talvez comecemos a suplicar
que Deus remova a provação. Contudo, à medida que meditamos
mais no viver de Cristo, geralmente nos volvemos à oração, rogando que
Deus nos purifique por meio da provação. Somos doutrinados por meio
dessas provações, enviadas com a permissão de nosso amado Pai celestial.
Essa foi a experiência de Paulo relatada em 2 Coríntios 12. Em
nossa própria vida, sabemos que existem pecados obstinados, membros
da família que não se arrependem, inquietações e cuidados com os
quais gastaremos anos de oração, mas o resultado de nossa perseverança
nunca é que confiamos menos em Deus; pelo contrário, o resultado
é que passamos a amá-Lo mais e a confiar mais nEle. Vemos o evangelho

e sua suficiência. Chegamos a apreciar o que Deus nos tem dado,
em vez de nos preocuparmos com o que Ele não nos dá. Em que outro
lugar, além do quarto de oração particular, aprendemos essas lições?

A oração confiante louva a Deus como fiel, digno, cuidadoso, inestimável
e bom. Sugere que Deus tem um relacionamento importante e autêntico
conosco. Reconhece que nosso ministério procede dEle e gira em torno dEle.
Mostra que O reconhecemos como o Grande Pastor, que todo
rebanho que pastoreamos é o rebanho dEle e, como afirma a Carta aos Hebreus,
que Lhe prestaremos conta de cada uma de suas ovelhas incluídas no
rebanho que pastoreamos.

A ORAÇÃO PÚBLICA

A oração pública nos une em nossas congregações. Quando apresentamos
as necessidades diante do Senhor, estamos buscando-O, para
confiar nEle e exultar na completa dependência dEle. Quando oramos
em voz alta, diante da congregação, nossos irmãos e irmãs ouvem algo a
respeito de nosso sentimento de dependência de Deus, amando-O e
regozijando-se nEle. Levamos o nosso povo a amar e descansar em
Deus, nosso Pai. A oração pública nos ajuda a nos tornarmos os “principais
confiantes”, os principais glorificadores de Deus, à medida que somos
exemplos de lançar sobre o Senhor os nossos cuidados e deixá-los ali.
Podemos ser exemplos de meditação cuidadosa e prudente sobre a grandeza
de Deus, sobre os nossos pecados e intercedermos pelos outros
e pelas necessidades de outras congregações. A oração pública revela
algo sobre o coração do pastor.

E, naqueles tempos em que estamos desanimados, irmãos, vamos ao Senhor.
Um de meus livros favoritos é a autobiografia de John Bunyan, intitulada
Grace Abounding to the Chief of Sinners
(Graça Abundante ao Principal dos Pecadores).
Em certo momento, Bunyan descreve as tentativas
de Satanás para desencorajá-
lo quanto à oração. Eis o relato de Bunyan:

Ora, estando as Escrituras abertas diante de mim, e o pecado,
à minha porta, aquele versículo de Lucas 18.1, juntamente
com outras passagens, me encorajou a orar. Mas o
tentador apareceu novamente, sugerindo: “Nem a misericórdia
de Deus, nem o sangue de Cristo dizem respeito a mim ou
podem ajudar-me em meu pe-cado. Por isso, será inútil
orar”. Apesar disso, eu pensei: vou orar. Mas o tentador disse:
“Seu pecado é imperdoável”. Eu pensei: Bem, vou orar.
Ele disse: “Não há proveito nisso”. Mas eu disse: vou orar.
Assim, saí para orar com Deus. E, enquanto estava em oração,
disse: “Senhor, Satanás me fala que nem a tua misericórdia nem
o sangue de Cristo são suficientes para salvar minha alma.
Senhor, eu Te honrarei ao máximo, crendo que Tu queres e
podes? Ou honrarei a Satanás, crendo que Tu não podes e não
queres? Senhor, eu Te honrarei, crendo que Tu queres e podes.

Que Deus nos dê essa perseverance em oração! Para edificarmos a
nós mesmos e aos outros na fé santíssima, devemos, como pastores e
ministros da Palavra, nos dedicar à oração particular e pública, orando
regularmente no Espírito.

Oamor de Cristo nos constrange a responder sim. Sentimos
tanto amor fluindo da morte de Cristo para nós, que descobrimos
nossa morte na morte dEle — nossa morte para todas as lealdades
rivais. Somos tão dominados (“constrangidos”) pelo amor de Cristo,
que o mundo desaparece, como que diante de olhos mortos. O
futuro abre um amplo campo de amor.
Um cristão é uma pessoa que vive sob o constrangimento do
amor de Cristo. O cristianismo não é meramente crer num conjunto
de doutrinas a respeito do amor de Cristo. É uma experiência de
ser constrangido por esse amor — passado, presente, futuro.
Veja como Charles Hodge expressou isso: “Um cristão é
alguém que reconhece a Jesus como o Cristo, o Filho do Deus
vivo, como Deus manifestado em carne, que nos amou e morreu
por nossa redenção. É também uma pessoa afetada por um senso
do amor deste Deus encarnado, a ponto de ser constrangida a
fazer da vontade de Cristo a norma de sua obediência e da glória
de Cristo o grande alvo em favor do qual ela vive”.
Como não viver por Aquele que morreu nossa morte, para
que vivamos por sua vida? Ser um cristão é ser constrangido pelo
amor de Cristo.
(Extraído de Uma Vida Voltada para Deus, John Piper,
Editora Fiel, São José dos Campos, SP, p. 51.)
Navigation
Volunteer Tools
Other Wikis
Toolbox