Christ and Cancer/pt
From Gospel Translations
Romanos 8:18-28
Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção dos nossos corpos. Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente. Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus. Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.
Antes de eu entrar para a faculdade eu dificilmente pensava em câncer e doenças terminais. Mas desde aquele tempo de faculdade a morte por doença tem andado ao meu lado pelo caminho. Dois dos meus colegas de faculdade morreram de leucemia e câncer no pâncreas antes de completarem 22 anos. No seminário eu vi Jim Morgan, meu professor de teologia sistemática, murchar e morrer em menos de um ano de câncer no intestino. Ele tinha 36 anos. Na minha pós-graduação na Alemanha meu orientador, professor Goppelt, morreu repentinamente pouco antes de eu terminar. Ele tinha 62 anos – um forte infarto. Depois eu vim para Bethel! Eu ensinei por seis anos e vi estudantes, professores e administradores morrerem de câncer: Sue Port, Paul Greely, Bob Bergerud, Ruth Ludeman, Graydon Held, Chet Lindsay, mary Ellen Carlson – todos cristãos, todos mortos muito cedo. E agora eu vim para Bethlehem e Harvey Ring se foi. E você poderia multiplicar a lista dez vezes.
O que nós devemos dizer diante dessas coisas? Algo deve ser dito porque doenças são um perigo para nossa fé no amor e poder de Deus. E eu considero como minha responsabilidade primária como pastor alimentar e fortalecer a fé no amor e no poder de Deus. Não há arma como a Palavra de Deus para se evitar perigos para a fé. Então eu quero que nós escutemos hoje, cuidadosamente, ao ensino da escritura sobre Cristo e o câncer, o poder e o amor de Deus sobre as doenças dos nossos corpos.
Eu considero a mensagem de hoje crucial como uma mensagem pastoral porque você precisa saber a posição do seu pastor sobre os assuntos de doenças, cura e morte. Se você pensasse que a minha concepção é que toda doença é um julgamento divino para um pecado específico, ou que a falha em ser curado após alguns dias de oração é um sinal claro de uma fé inautêntica, ou que Satanás é, de fato, o regulador deste mundo e Deus pode apenas observar impotentemente enquanto seu inimigo devasta seus filhos – se você pensasse que quaisquer dessas fossem minhas idéias, você se relacionaria comigo muito diferente na doença de como você faria se você soubesse o que eu realmente penso. Logo, eu quero lhes dizer o que eu realmente penso e tentar lhes mostrar pela Escritura que esses pensamentos não são apenas meus mas também, eu creio, os pensamentos de Deus.
Seis afirmações com respeito à teologia do sofrimento
Eu gostaria que todos que têm uma Bíblia abrissem comigo em Romanos 8: 18-28. Há seis afirmações que resumem minha teologia sobre doenças e ao menos a semente para cada uma dessas afirmações está aqui. Vamos ler o texto:
Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente. Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus. Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.
1. Toda a criação foi submetida à inutilidade
Minha primeira afirmação é essa: a era em que nós vivemos, que vai da queda do homem ao pecado até a segunda vinda de Cristo, é uma era na qual a criação, incluindo nossos corpos, foi “submetida à inutilidade” e “escravizada na decadência”. Versículo 20: a criação foi submetida à inutilidade. Versículo 21: a criação será libertada da escravidão da decadência. E o porquê nós sabemos que isso inclui os nossos corpos é dado no versículo 23: Não apenas o restante da criação, mas nós mesmos (cristãos) gememos interiormente esperando nossa adoção como filhos, a redenção dos nossos corpos. Nossos corpos são parte da criação e participam em toda a futilidade e corrupção às quais a criação foi submetida.
Quem é esse no versículo 20 que submeteu a criação à inutilidade e a escravizou na decadência? É Deus. Os únicos outros possíveis candidatos a se considerar seriam Satanás ou o próprio homem. Talvez Paulo pensou em Satanás, ao trazer o homem ao pecado, ou no homem, ao escolher desobedecer a Deus – talvez um deles é a quem se refere como aquele que sujeitou a criação à futilidade. Mas a referência não pode ser a Satanás nem ao homem por causa das palavras “na esperança” no fim do versículo 20. Essa pequena frase, “na esperança”, nos dá o propósito daquele que submeteu a criação à futilidade. Mas não era a intenção do homem e nem de Satanás trazer a decadência ao mundo de modo que a esperança da redenção fosse acesa no coração do homem e que um dia a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus” brilhasse mais reluzentemente. Apenas uma pessoa poderia submeter a criação à futilidade com esse propósito, a saber, o justo e amoroso criador.
Portanto, eu concluo que este mundo encontra-se sob a sentença judicial de Deus sobre uma humanidade rebelde e pecadora – uma sentença de decadência e futilidade universal. E ninguém está excluído, nem mesmo os preciosos filhos de Deus.
Provavelmente a futilidade e corrupção da qual Paulo fala refere-se à ruína física e espiritual. Por um lado o homem em sua condição caída está escravizado a uma percepção defeituosa, objetivos errados, comportamentos tolos e insensibilidade espiritual. Por outro lado há enchentes, fome, vulcões, terremotos, ondas gigantes, pragas, picadas de cobra, acidentes de carro, quedas de avião, asma, alergias, gripe e câncer, todos despedaçando e destruindo o corpo humano com dor e trazendo o homem – todos os homens – ao pó.
Enquanto estivermos no corpo seremos escravos da decadência. Paulo disse essa mesma coisa em outro lugar. Em 2 Coríntios 4:16 ele disse: “Não desanimamos. Embora exteriormente (o corpo) estejamos a desgastar-nos (decaídos) interiormente estamos sendo renovados dia após dia.” A palavra que Paulo usa para desgaste aqui é a mesma usada em Lucas 12:33 quando Jesus disse: Cuidem-se para que seu tesouro esteja nos céus “onde ladrão algum chega perto e nenhuma traça destrói.” Assim como uma roupa em um armário quente e escuro será comida e destruída pelas traças, assim nossos corpos nesse mundo caído serão destruídos de uma maneira ou de outra. Pois toda a criação foi submetida à futilidade e escravizada na decadência enquanto durar esta era. Essa é minha primeira afirmação.
2. Haverá um tempo de libertação e redenção
Minha segunda afirmação é esta: Chegará um tempo quando todos os filhos de Deus, que resistiram até o fim na fé, serão libertos de toda futilidade e corrupção, espitualmente e fisicamente. De acordo com o versículo 21, a esperança na qual Deus sujeitou a criação era de que um dia “a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus”. E o vers[iculo 23 diz que “nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo”. Não aconteceu ainda. Nós aguardamos. Mas acontecerá. “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. (...) ele transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso.” (Filipenses 3:20-21). “...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados”(1 Coríntios 15:52). “Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou.” (Apocalipse 21:4).
Chegará o dia em que cada muleta será esculpida e cada cadeira de rodas fundida como medalhões de redenção. E Merlin e Reuben e Jim e Hazel e Ruth e todos os outros entre nós entrarão felizes e saltitantes no Reino dos Céus. Mas não ainda. Não ainda. Nós gememos, esperando pela redenção de nossos corpos. Mas o dia chegará e essa é minha segunda afirmação.
3. Cristo conquistou, demonstrou e nos deu um antegosto dela
O terceiro ponto é que Jesus Cristo veio e morreu para conquistar nossa redenção, para demonstrar o caráter dessa redenção espiritual e física, e para nos dar um antegosto dessa redenção. Ele conquistou nossa redenção, demostrou seu caráter e nos deu um antegosto dela. Por favor preste atenção, pois essa é uma verdade gravemente distorcida por muitos curandeiros de nossos dias.
O profeta Isaías predisse o trabalho de Cristo da seguinte forma em 53:5-6 (um texto que Pedro aplicou a Cristãos em 1 Pedro 2:24):
Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.
A bênção do perdão e a bênção da cura física foram conquistadas por Cristo quando ele morreu por nós na cruz. E todos aqueles que dão suas vidas a ele terão esses benefícios. Mas quando? Essa é a questão presente. Quando seremos curados? Quando nossos corpos não serão mais escravos da decadência?
O ministério de Jesus foi um ministério de cura e perdão. Ele disse aos discípulos de João Batista: “Vão e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos vêm, os aleijados andam, os que têm lepra são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres; e abençoado é aquele que não se sente ofendido por mim1.” (Mateus 11:4-6).
Ofensa? Por que alguém se sentiria ofendido por outro que ressuscita os mortos e introduz o reino por tanto tempo esperado? Fácil – ele rescuscitou apenas umas três pessoas. Ele deixou centenas nos túmulos ao redor dele. Por quê? Porque nem todos tinham fé? Oh não! Quando Jesus ressuscitou o filho da viúva em Lucas 7:13-14, ela não o conhecia. Não foi por causa de sua fé. Apenas é dito: “Ele teve compaixão dela.” E então? Ele não se compadecia de todos os outros consternados em Israel?
A resposta do por que Jesus não ressuscitou todos os mortos é que, contrário às expectativas dos judeus, a primeira vinda do Messias não era a consumação e completa redenção desta era caída. A primeira vinda foi, na verdade, para conquistar essa consumação, ilustrar seu caráter e trazer um antegosto dela para seu povo. Logo, Jesus ressuscitou alguns dos mortos para ilustrar que ele tem esse poder e um dia virá novamente e o exercerá para todo seu povo. E ele curou os doentes para ilustrar que assim será em seu reino final. Não haverá mais choro ou dor.